Entenda a arte de fotografar

Veja que essa pesquisa, iniciei quando usávamos as primeiras câmeras digitais. Eu tinha uma analógica, daquelas que colocamos o filme, vemos o motivo a ser fotografado, mas não havia como corrigir, apagar e refazer após o clique. Nem mesmo a Polaroid, que ainda existe no mercado, oferece essas possibilidades. Os filmes são caros e errando, você está gastando.
Hoje utilizo o celular, mas tenho uma câmera boa, para trabalho. Mas foi importante estudar através dos antigos métodos, para compreender o novo.
História da Fotografia
1 – O objeto focalizado está em um ambiente com luz
2 – Ao disparar a câmera, a luz entra pelo orifício.
3 – A imagem é refletida lá dentro, invertida .A luz é o princípio fundamental da fotografia. Por isso, o controle da luz que entra na câmera e o tempo que esse orifício fica aberto, ditará a qualidade da imagem.

Mas para se chegar ao que temos hoje, muitos foram os experimentos .A fotografia não é algo tão recente quanto alguns pensam. Ela foi fruto de um processo de inventos e criações de vários indivíduos no decorrer dos tempos. Um grande passo nessa história foi a descoberta da câmera escura, utilizada inicialmente como apoio para os desenhistas e pintores que aproveitavam as imagens refletidas para fazer suas imagens.
Aristóteles: Notou durante um eclipse que o sol era projetado no chão através de fenda pequena entre as folhas da árvores.
Alhazen: Aparece como estudioso árabe – descreveu a câmera escura no século XI.
Giovanni Batptista Della Porta: Cientista nascido em Nápoles.- Explicou em um dos seus tratados, o funcionamento da câmera escura. 1558
Leonardo da Vinci: Também fez anotações sobre a câmera, publicada muito tempo depois
Girolamo Cardamo: Físico italiano – Um problema com a câmera naquela época, era o controle da luz através do pequeno buraco. As fotos saiam escuras quando se diminuía o tamanho desse buraco. Ele usou uma lente biconvexa diante do buraco, como forma de solucionar o problema. 1550.
Danielo Brabaro: Percebeu que o controle para nitidez da imagem, estava no tamanho do buraco. Assim criou o diafragma, controlando a entrada de luz na câmera. 1568. A partir daí o problema foi gravar a imagem obtida no papel, coisa que só a química conseguiu fazer.
Johann Schulze: Descobriu que a luz escurecia um composto contendo prata. 1727
Thomas Wedgewood: Obteve imagens impressas de vegetais e fragmentos de couro, utilizando nitrato de prata e luz. Contudo não conseguia fixar a imagem.
Nicéphore Niépce: Francês – Criou a Heliografia, fazendo várias experiências com placas de metal recobertas, tentando colocar as imagens em papel. Inicialmente conseguiu fazer negativos. Em 1826, obteve o que podia ser considerada uma “fotografia” do seu quintal, ao expor por mais de oito horas uma dessas suas placas, na câmera escura.
Louis Jacques Mandé Daguerre: Sócio de Niépce, criou o “daguerreótipo” ao fazer uso de chapas de cobre sensibilizadas com prata e tratadas com vapores de iodo. Como revelador aproveitou mercúrio aquecido e para fixar a imagem, utilizou uma solução de sal de cozinha. 1839.
Josej Petzval: Matemático Húngaro. Criou as lentes duplas, com aberturas que faziam imagens com mais rapidez. Mas ainda assim, só era possível fazer uma fotografia, pois não haviam os negativos.
Hercules Florence: Inventou a poligrafia. Com uma chapa de vidro em uma câmara escura, conseguia colocar a imagem através de contato para um papel sensibilizado. Francês, que residiu no Brasil. 1833.
Fox Talbot: Inglês. Criou o negativo. A partir daí as fotografias podiam ser reveladas várias vezes. Século XIX.
Frederick S. Archer: Inventou o processo do “colódio úmido”, fazendo uso de uma chapa de vidro com nitrato de celulose e um iodeto solúvel sensibilizado com nitrato de prata, obtendo fotos de melhor qualidade que as de Talbot
Richard L. Maddox: Usou emulsão de gelatina seca ao invés de chapas de vidro. Período da produção dos filmes em rolos.
George Eastman: Responável pela futura Kodak. Inventou a emulsão de gelatina e brometo de prata no formato de rolos. Fabricou câmeras fotográficas bem menores que as usuais e em 1888, surgiu no mercado a Kodak Brownie, sucesso na época
NASA: Instituição responsável pelas primeiras imagens digitais. A captura das imagens passou a ser feita através de chips. A imagem é formada por pontos (pixels)


Noções básicas de fotografia

Quem tiver uma câmera fotográfica, pode pegar e observar os pontos aqui citados. Facilitará bastante a compreensão. Em relação aos celulares, colocarei uma postagem à parte, pois a maioria entrega o pacote quase pronto.

Para quem pensa que fotografar é apenas pegar uma máquina e sair clicando, o resultado não será muito bom. Fotografia é uma arte que requer alguns conhecimentos básicos. Entre eles, saber como funciona uma câmera analógica (tradicional) ou digital. É importante conhecer como funciona a entrada de luz na câmera para que os resultados sejam positivos
.1- ABERTURA: O orifício por onde passa a luz que entra na câmera para expor o filme, deve ficar aberto por um tempo que lhe dê o resultado esperado. Normalmente essa abertura é medida em número “f”. Quando passa muita luz pelo diafragma, a foto fica clara demais e quando passa pouca luz, fica escura. Funciona assim: Quanto maior o valor de “f” – f/x – menor a abertura e quanto menor a abertura, maior a profundidade de campo. Isso significa que quanto menor o tempo que o diafragma ficar aberto, fica melhor obter imagens que estão distantes com nitidez. Exemplo:f 11 > melhor para captar paisagens com detalhes à distância. Se utilizar f 2.8, certamente os objetos distantes sairão desfocados.f 2.8 – maior abertura e menor profundidade de campo. Boa para objetos próximos. Digamos que você queira fotografar uma maçã sobre uma janela aberta com paisagem ao fundo. A maçã sairá bem com essa abertura, porém a paisagem ao fundo ficará desfocada. Eis como é possível fazer uma Macro, manualmente. Resumindo, com pequenas aberturas: o orifício produzido pelas lâminas do diafragma é menor. Com grandes aberturas, o orifício produzido é maior. Então pense que mais luz > f 1.4, f 2, f 2.8, f 4, f 5.6, f 8, f 11 < menos luz.
Obs: A forma como coloco aqui, pode não estar de acordo com as máquinas digitais atuais, mas o processo é o mesmo.
2- VELOCIDADE DO DISPARO: Tempo de exposição, ou seja, tempo que o orifício permanecerá aberto e o filme exposto à luz. Assim, quanto maior o tempo de exposição,carros, animais ou pessoas em movimento, aparecerão borrados na imagem (em movimento) e quanto menor o tempo de exposição, menos borrada a imagem. Isso tem a lógica em que quanto mais tempo a janela do obturador fica aberta, mais tempo o objeto em movimento terá seu deslocamento captado. É medido por frações. Assim:
Reduz a luz que entra ————————–>1 – 1/2 – 1/4 – 1/8 – 1/15 – 1/60 – 1/125 – 1/250 – 1/500 – 1/4000<————————– Dobra a luz que entra
3 – ISO: Estabelecida no filme que você compra ou ajustada em máquinas digitais. Também para controle da luz. Observe que para fazer uma boa foto é necessário equilibrar a abertura, o tempo de exposição e a ISO que vem em números. Observe na câmera. Em modelos analógicos, filme ISO 100 é ideal para fotos em ambientes claros, onde não há necessidade de tanta luz. Já o ISO 400 – Bom para ambientes escuros. Quanto maior a ISO, mais granulada será a foto. Equilibrando esses fatores, ou modificando-os a cada clique, você irá obter fotos diferentes de um mesmo objeto. Também é possível ter a mesma quantidade de luz fazendo variações nas funções. Exemplo: Filme ISO 100 -> Abertura f 5.6 -> Tempo de exposição -> 1/125Filme ISO 100 -> Abertura f 8 -> Tempo de exposição -> 1/60Assim, na primeira, você terá a luz desejada, porém menor profundidade de campo. Na segunda, a mesma luz com maior profundidade de campo. Não é difícil aprender esse controle. Mas é importante ler o manual da sua câmera, ver onde encontra o controle de abertura, do tempo e o ajuste da ISO e treinar o mais que puder no modo MANUAL.
5 – OBJETIVAS: Normal, tele angular ou grande angular.
Normal: 50mm – o fotógrafo pode se aproximar do objeto ou se distanciar para obter a fotografia da forma que deseja. Grande angular: 20mm – quando se deseja abranger um campo grande ou se tem pouco recuo.
Tele angular: 200mm – serve para fotografar um detalhe ou quando não se pode aproximar muito do tema a ser fotografado e ele está distante.
Quanto maior a grande angular, maior o campo abrangido.
Ao adquirir uma câmera, você deve comprar equipamentos de acordo com o tipo de imagem que trabalhará. Por exemplo, para obter um zoom, ou seja, aproximar uma imagem distante, é necessário comprar uma objetiva tele angular. Para fazer retratos, não há essa necessidade.
Eu sempre gostei de ter às mãos uma Nikon Colpix, pois além da qualidade das imagens, o zoom era excelente e o custo, bem menor do que somando todo equipamento para compor uma que atinja vários objetivos, coisas que aqueles pretendentes à profissionalização, devem ter. Mas nunca esqueça: O olhar do fotógrafo, ainda é o mais importante.

DICAS:
1 – Sempre que fotografar, segure com firmeza sua câmera, evitando por o dedo na frente da lente ou mesmo o cabelo em locais com vento. Você pode perder a foto. Se tiver um local onde possa apoiar a câmera ou os braços, melhor, senão deixe-os colado ao seu corpo para maior firmeza. Aperte o disparador suavemente para não tremer a imagem.
2 – Antes de dar o clique veja se o que deseja fotografar está focalizado. Cuidado para não cortar cabeças, braços e pernas. Imagine se topar com uma pessoa importante que quer fotografar, der o clique sem ter esse cuidado e depois só contar com metade da cabeça no retrato?
3 – Se for possível, aproxime-se bem do objeto. Faça ele aparecer bastante. Quando isso não for possível, como em caso de pássaros que voam quando você se aproxima, utilize um zoom.
4 – Estude cada detalhe da paisagem que irá fotografar. Depois de enquadrar da forma que deseja, dê seu clique. Mas veja antes se está tudo que quer dentro do visor.
5 – A luz é fundamental! Faça todo o controle possível para não perder a imagem. Se for uma imagem muito importante, para não perder muito tempo com ajustes, em câmeras digitais você pode fazer no automático. Em modo manual as imagens podem sair bem melhores quando se tem domínio sobre os recursos a serem empregados para se obter luz e profundidade de campo desejada.
6 – Tente fotografar pessoas ao natural. Antigamente, quando o tempo para fazer uma foto era longo, usava-se a gaiola com o pássaro e dizia-se “olha o passarinho!”. Hoje não há mais necessidade disso. A não ser que seja uma foto planejada para impressos, quanto mais natural estiver o modelo, melhor.
7 – Experimente os ângulos. Crie. Não fique somente em uma posição.
8 – Teste os movimentos. Congele imagens, faça outras com velocidade. Se for fotografar uma cachoeira, por exemplo, tente fazer com a água congelada e em movimento, controlando o tempo de exposição.
No mais, abuse e use da sua criatividade. Um grande detalhe: o fotógrafo é você, portanto faça a foto do seu jeito. Alguns preferem fotos mais formais, outros não. Não dê muita atenção à crítica, pois não há nada mais fácil que criticar. Lembro que uma vez entrei em um grupo chamado crítica fotográfica e fui criticada por colocar uma imagem da minha terra, completamente fora daquilo que o turista espera ver. Foi interessante perceber o quanto os pretensos críticos podem ser limitados.
Ainda tem quem desconhece o quanto redução de imagem em programas podem afetar a qualidade final da mesma. Na hora de preparar seu clique, mesmo no celular, observe a resolução. Quanto maior, mais pesada, porém melhor.