Dicas para escrever textos

Muitas pessoas pensam em escrever textos, contos, livros e desistem da ideia antes de começar. Seja por não acreditar no próprio potencial, não saber por onde começar ou crer que a escrita é uma dádiva concedida somente a alguns mortais. Entretanto, somos cercados de motivos e ideias. Observe quantos fatos acontecem ao seu redor. Pergunte-se: Dariam histórias, documentos ou contos? Caso ache possível, arregace as mangas e ao menos, tente.

“Criatividade é a arte de pensar de maneira diferente para encontrar caminhos inesperados” (Marchioni, Rubens).

Acho interessante essa frase por ser a criatividade inerente aos humanos. Desde a infância desejamos e sonhamos de olhos abertos. Desenvolvemos roteiros com a família, amigos, situações e inclusive quando nos apaixonamos. Então, somos criativos. Precisamos guardar nossos sonhos em algum lugar, do qual possámos buscar e escrever nossas histórias.

Como iniciar:

  1. Observe o mundo ao seu redor, o cotidiano. Varias ideias surgem a partir de experiências diárias, interações entre pessoas e observações.
  2. Leia regularmente: A leitura amplia seu repertório e inspira novas ideias. Não se detenha apenas a um tipo de livro ou autor. Leia diferentes gêneros e autores para compreender diferenças, diversidades e curiosidades. Faça um catálogo dos livros que leu..
  3. Experiências Pessoais: Reflita sobre suas experiências e explore como podem ser expressas em palavras. Existem muitos livros baseados em fatos reais, como “O Pianista” de Wladyslaw Szpilman. Esse título que foi adaptado para o cinema, o autor relata sua luta pela sobrevivência na Polônia, durante a Segunda Grande Guerra.
  4. Perguntas e Curiosidades: Faça perguntas sobre o mundo ao seu redor. Pesquise aquilo que lhe chamou a atenção. A curiosidade pode levar a descobertas interessantes e inspirar textos criativos.
  5. Brainstorming: É uma técnica criativa usada para gerar ideias. Dedique um tempo para sessões de brainstorming, onde você simplesmente anota todas as ideias que vêm à mente, sem focar na qualidade e sim na quantidade de informações geradas. Não faça julgamentos. Depois dessa etapa organize, filtre, releia quantas vezes forem necessárias. Mas apenas depois!
  6. Tópicos Atuais: Fique atualizado sobre eventos e tendências. Escrever sobre temas contemporâneos pode ser envolvente e relevante. Livros técnicos enfatizam perspectivas, experimentos reais e em que podem resultar.
  7. Desafios Criativos: Proponha desafios a si mesmo, como escrever sobre algo fora da sua zona de conforto ou criar uma história com base em uma imagem aleatória.
  8. Diário de Ideias: Mantenha um diário onde você registra pensamentos, fragmentos de histórias ou conceitos interessantes para referência futura.
  9. Conversas com Outras Pessoas: Discussões e interações com outras pessoas podem gerar insights e perspectivas únicas.
  10. Mistura de Elementos: Experimente combinar diferentes elementos, como gêneros literários, para criar algo novo e inusitado. Apesar de aprendermos na escola que pessoas seguem gêneros literários, nada de novo seria criado se todos permanecessem na zona de conforto pessoal e social.

No livro acima, reuni histórias diferentes, escritas no decorrer de cinco anos. Não segui os padrões editoriais comuns. Depois que reuni cada conto, optei por não colocar prefácio, nem opiniões de outros autores. Decidi que o feedback seria dado pelos leitores. Isso deu muito certo. O lançamento oficial aconteceu em 2005, na Livraria Civilização Brasileira do Shopping Barra em Salvador. Depois lancei em outros municípios. Também está no formato digital.

Chutando o pau da barraca:

A crítica, é o maior empecilho para quem busca se expressar através da arte. Assim, artistas desistem antes de começar, são severos na autocrítica e quando recebem críticas desconstrutivas, entram em depressão. Mas quem são os críticos? Se a arte é uma expressão da visão de alguém, qual o motivo para julgamentos? Evidente que notícias falsas, erros ortográficos e gramaticais, a falta de pesquisa são passíveis de crítica. Só que cada livro resulta em uma viagem. A forma como consumo um livro de ficção, não será a mesma de outros leitores.

Pois bem, quando estiver escrevendo, pode pedir ajuda a pessoas capazes de oferecer respostas que colaborem na construção do seu trabalho. Lembre: inveja existe em todo lugar, gerando feridas difíceis de cicatrizar. Quando esse for o caso, desconsidere a opinião.

Escreva em primeiro lugar para você. Sinta-se feliz ao dar cada passo. quando isso não acontece ou seu objetivo é exclusivamente financeiro, o risco de dar errado é bem maior. Se há um editor lhe cobrando tempo, detalhes e criticando suas ideias, parta para outros ou tente produções independentes. Um livro lançado por uma editora, pode dar um certo status. Mas na hora da venda, a porcentagem mínima vai para o autor.

Detalhes importantes:

  1. Qual o motivo da escolha do texto? Ele parece interessante para os leitores? Ficção ou Não ficção?
  2. Tenha um público alvo. Quem você acha que leria seu escrito? Qual o motivo? Onde estão essas pessoas? Qual a cultura, religião, posição política e camada social?
  3. A linguagem é adequada ao público?
  4. Como pretende prender a atenção do leitor?
  5. Quem poderá colaborar com o seu trabalho?

Esses são apenas alguns pontos, mas com essas dicas, se respondeu os questionamentos acima, faça um Briefing e filtre quantas vezes for necessário. Depois, faça o roteiro. Essa é a parte importante, que leva à construção do que você quer. Sobre isso, teremos um Workshop para orientar quem tem dúvidas.

Você consegue. Foco e coragem!